O anúncio de um novo Star Wars é sempre algo que mexe com o coração e com as expectativas de todo mundo, né?! Digo todo mundo, porque até as pessoas que não são super-fãs da franquia se sentem envolvidas por uma história tão longa e com tantos filmes.
O filme do meio da nova trilogia, traz Luke Skywalker (Mark Hamill) de volta e responde algumas dúvidas deixadas no primeiro filme O Despertar da Força e podemos ver uma abertura na maneira que enxergamos “a força”, uma mudança e amplitude na maneira que ela é mostrada em toda a série. Tanto a trama como a maneira que ela é a apresentada é pensada nos mínimos detalhes pra agradar aos novos e também aos velhos fãs, é sem dúvida um Star Wars muito Star Wars e é impossível terminar o filme insatisfeito.
O filme já começa no meio de tiro, porrada e bomba, e continua quase imediatamente de onde o último parou, Rey (Daisy Ridley) acaba de chegar na ilha e a Primeira Ordem está atrás da Resistência com Finn (John Boyega), Poe Damerone (Oscar Isaac) a General Leia (Carrie Fisher ) e eles precisam escapar urgentemente. Mas, mesmo no meio de toda essa agitação os grandes questionamentos estão nos novos/velhos/últimos Jedi.
Rey e Kylo Ren (Adam Driver) estão em grandes conflitos internos sobre quem são e o que devem fazer, se são do lado da luz ou da escuridão, se seguem sozinhos ou se pedem ajuda, e fazem toda essa descoberta juntos, até o limite de onde seus caminhos são paralelos, até o momento final da decisão para qual lado cada um vai, e se realmente vão se dividir.
No novo filme o conceito de bem e mal é muito mais amplo do que em toda a série (assim como é na vida real) e podemos ver que nem tudo é tão preto no branco assim, pessoas podem ajudar os dois lados e enriquecer com isso, podem se ajudar e se trair em momentos diferentes e podem se amar e se odiar por diversas razões, ninguém e 100% vilão ou herói e os pré-conceitos muitas vezes estão completamente errados.
É um filme rápido, não há cenas arratadas ou diálogos longos e/ou cansativos, as 2h30 de filme passam sem você perceber ou bocejar nenhuma vez, te prende do começo ao fim, com ação, saudosismo, romance, mistério e até mesmo com humor. Humor este usado na medida certa em momentos muito bem encaixados e dessa vez não só pelos robôs ou criaturas, mas até Luke solta uma piadinha de vez em quando.
Outra coisa linda de ser ver num filme grande como esse é a representatividade. Sim, tá todo mundo muito bem representado nesse filme e ver que isso é possível é inspirador e você realmente sai do cinema achando que você pode ser o que quiser, quando quiser, sendo exatamente do jeitinho que você é. Um filme pra você se identificar muito e ir bem além do vilão, do herói e da princesa que precisa de resgate, esse Star Wars mostra que todo mundo tem a força dentro de si.
Um problema notável é que por mais que você se identifique e ame a história, a nova trilogia não parece se importar muito com o porque das coisas. Ok. temos uma Primeira Ordem e uma Resistência, mas “ao que estamos resistindo” parece ter sido deixado de lado quando comparada às tramas pessoais e desenvolvimento interno de cada um dos personagens. Para um novo expectador (e talvez até para os velhos) não fica claro do porque a Primeira Ordem deve ser derrotada e o que ela está fazendo de tão mal pra galáxia.
As atuações, bom, nem preciso falar que estão impecáveis e carismáticas desde as criaturas, aos humanos como às inserções de CG de Leia (Carrie Fisher que já nos deixou), qu inclusive aquece o coração da gente cada vez que aparece na tela, e mesmo sabendo que ela não estará nos próximos filmes a presença dela na história emociona por termos a certeza que sua contribuição para a franquia vai muito além de vida ou morte, e essa é uma das melhores homenagens.
ATENÇÃO TEM SPOILERS DE STAR WARS: OS ÚLTIMOS JEDI A PARTIR DAQUI
Outra coisa importante é a resposta da grande pergunta “Quem são os pais de Rey?” e a resposta que vem junto com ela é de encher o coração pela probabilidade de coisas que isso leva. não ser filha de ninguém só reforça a teoria lá do começo, que qualquer um pode ser um Jedi. Rey não precisa ser filha de ninguém (apesar de esperarmos/querermos muito isso) pra ser alguém e até quando busca a resposta para “o que ela precisa” a resposta é ela mesma, e mais nada.
Dúvida grande que não foi respondida é: quem diabos é Snoke? O cara é mau uma mistura doida de Jigsaw com Voldemort e o filme caga pra te explicar de onde ele veio ou como chegou ao poder… e pior ainda, ele morre e você continua sem saber! Apareceu mesmo só pra ser derrotado pelo Kylo e a história tomar seu rumo, Snoke só serviu pra transformar o bobo Kylo Ren em vilão real.
E seu o primeiro filme da nova trilogia foi o de Han Solo esse com certeza é o de Luke que depois de tanto lutar pelo fim dos Jedi, finalmente percebe que esse não é seu propósito, e com a ajuda de Yoda (que aparece também como boneco ) entende que seu papel é passar o que aprendeu, principalmente seus fracassos e falhas, porque afinal o fracasso é o melhor dos professores. Sua morte encerra sua participação na franquia e vem de forma tranquila, calma e honrada como um verdadeiro herói, mas também deixa aprendizados importantes pra Rey e para o futuro dos Jedi e dos próximos filmes.
FIM DOS SPOILERS
Filmão que vem com receita de bolo pronta e com todos os ingredientes listados mas que mesmo assim Rian Johnson conseguiu nos trazer uma coisa completamente diferente do esperado e renovar o gostinho do Star Wars de sempre dando forças pra uma nova geração de fãs e de filmes. Vale o cinema, a pipoca, o 3D (com certeza), a segundo ingresso, o abraço no amigo do lado e a compra do Blu-ray quando sair.
Pra mim o melhor da franquia até agora e com promessas de que os próximos filmes só tem a crescer e a melhorar.
Nota:
Designer, youtuber quando dá na telha, batgirl toda noite e durante o dia, garota gamer. Apaixonada por redes sociais, arte, escrita, comida e animais, todos com muito leite condensado, por favor.